Sensível e Original: Guillermo Del Toro e “A Forma da Água”
Sensível, emocionante, envolvente.
Muitas são as definições para “A Forma da Água”, mas, para cada um, assistir este filme será, definitivamente, uma experiência única.
O diretor Guillermo Del Toro, sempre surpreendeu com sua forma única de contar uma história. Para aqueles que ainda não tiveram oportunidade de conhecer os trabalhos deste diretor vale conferir “O Labirinto do Fauno” e “Hellboy”.
Criado pelo avô, o mexicano Guillermo desenvolveu desde muito cedo sua paixão pelo cinema, tornando-se diretor, roteirista e produtor. Sua criatividade para contar fábulas levou Peter Jackson (que trouxe o universo de Tolkien às telas com “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”) a indicar Guillermo para a direção deste último. Como estava com outros projetos, ele aceitou participar “apenas” do roteiro!
Em “A Forma da Água”, toda a originalidade do diretor constrói um filme que encanta.
A fotografia é primorosa, condizente com o clima do filme e a década de 60 e a tensão da Guerra Fria. A trilha sonora dá o toque de conto de fadas, composta por Alexandre Desplat e que reúne uma seleção musical no estilo mais clássico dos anos 60.
A história conta o surgimento da afeição de Elisa, uma moça muda e que é zeladora de um laboratório secreto experimental do governo, por uma criatura fantástica que é mantida presa e é maltratada nas dependências do local.
A trajetória da aproximação e do envolvimento de Elisa com a criatura envolve também a cada um de nós pela delicadeza e genuína sinceridade dos sentimentos de ambos.
O elenco, é claro, escolhido a dedo pelo diretor, tem talentos cada vez mais em evidência, como a maravilhosa Sally Hawkins e a incrível Octavia Spencer, o veterano Richard Jenkins e um antigo parceiro de Guillermo, que já esteve praticamente em todos os filmes do diretor, mas sempre embaixo de uma pesada maquiagem, o expressivo Doug Jones.
Enfim, poderíamos discorrer horas sobre este belo filme, e a quantidade de indicações e prêmios conquistados, além da unanimidade do grande público, não nos deixa negar.
O que nos deixa mais felizes é que a resposta de sucesso deste filme ainda indique que todos querem assistir belas histórias, que elevam a alma, que fazem pensar, que geram discussões, enfim, tudo o que um bom filme deve sempre fazer.
Cristina Spinolla
É Professora de Dança, Publicitária e adora cinema.